domingo, 29 de janeiro de 2012

Auf Wiedersehen Deutschland :(

Cheguei no aeroporto pensando exatamente a mesma coisa que pensava enquanto estava no Salgado Filho em Porto Alegre: "eu não vou não, isso é só um sonho, capaz, vou ficar aqui pra sempre". Demorou muito pra ficha cair.

O vôo para Portugal era às 10h55, mas eu havia me acordado às 5h30, pra não ter perigo de eu perder o avião, porque né, eu me conhecendo, sei que demoro pra me arrumar e sou meio atrapalhada (depois desse mês fora, nem tanto, aprendi muito a me virar sozinha, continuo atrapalhada de qualquer jeito, só que em menores proporções), tava sentindo que ia dar algum problema no aeroporto, ainda mais que eu tava solita.

Minha mãe, durante a semana, não parava de dizer "não vai esquecer de embalar as malas com plástico filme porque eles podem abrir a tua mala, ainda mais que tu vai fazer 2 conexões e blablabla", e sabe como é praga de mãe né, se tu não ouve, acontece. Então, a primeira coisa que fiz quando cheguei no Franz-Joseph-Strauß (o nome do aeroporto hahaha) foi procurar uma balança pra pesar as malas e ver se não ia ter que tirar nada. A grandona deu 32,5 kg, meio kg a mais que o permitido, a outra deu 27kg. Resolvi esse problema apenas tirando o meu dicionário de alemão da mala grande e dando um jeito de enfiar na outra. Ufa! Foi por pouco! Logo depois fui atrás do tal lugar de embalar as malas (ou "wrap the bags" como a mulher me disse quando eu fiz a mímica pra ela perguntando onde eu podia fazer aquilo). Cheguei ali e descobri que eu só podia pagar com dinheiro, tava ferrada, porque não tinha mais UM EURO no bolso, havia gastado tudo, e os próximos gastos faria todos no cartão de crédito (perigo). A sorte é que eu me lembrei que havia trazido comigo uns R$ 50,00 e o cartão do banco pra gastar no Rio de Janeiro, quando parar lá pra fazer conexão pra Porto Alegre. Troquei os R$ 50,00 por 15€ e uma mixaria (sim, nossa moeda vale nada), mas pelo menos consegui pagar as embalagens! Deus me livre se eu não enrolasse aquelas malas, certo que ia acontecer alguma coisa! Hahaha
Agora tenho que torcer pra que no Rio aceitem meu cartão da Caixa Federal, porque to sem dinheiro hahaha.

A fila pra despachar as malas tava GIGANTE, e nisso já era umas 9h30 (havia chegado no aeroporto 8h45 - imagina como não corri pra lá e pra cá), tava desesperada que ia perder meu vôo, e eu ainda precisava parar nos freeshops pra comprar umas cervejas, tava morrendo de medo que não desse tempo! Mas a moça que me atendeu me tranquilizou e disse que eu ainda tinha 45 minutos, fiquei mais aliviada.

Dessa vez, estou indo de Lufthansa; meu bilhete é da TAP Portugal, mas quem está me levando a Lisboa é a Lufthansa. Quando o avião começou a decolar e eu vi as casinhas daqui de cima, a cidade toda coberta de neve, comecei a chorar desesperadamente, finalmente a ficha tinha caído de que eu estava indo embora do país maravilha, estava deixando pra trás o melhor mês da minha vida. Tentei filmar a decolagem, mas o choro foi tanto que eu tremi a câmera várias vezes, e provavelmente vai sair na gravação as minhas fungadas e os meus suspiros, então não é um bom vídeo de se ver. Hahaha

Em relação ao atendimento, entretenimento e apresentação, a TAP Portugal é melhor, mas a comida da Lufthansa dá de 10 a 0 na gororoba da TAP. Fazendo esse balanço, prefiro a TAP. Ainda bem que o vôo LIS-GIG vai ser com a TAP.

Vou ser bem sincera, nesse mês que passei no melhor lugar do mundo, eu aprendi muitas coisas, muitas muitas, menos a falar alemão. Hahaha certo, eu estou com meu vocabulário um pouco maior e minha compreensão do idioma está muito melhor que antes, mas né, não to voltando nem perto de ser fluente.

Não me arrependo de nada que tenha feito ou deixado de fazer. Não foi nada do jeito como eu passei os seis meses anteriores pensando que ia ser, foi bem melhor! Eu recomendo a qualquer pessoa que faça uma aventura dessas um dia, é um aprendizado que nenhuma escola, nenhuma faculdade, nenhuma mãe, nenhum pai, ninguém vai conseguir te transmitir, por mais que tente. É algo que tu aprende sozinho, descobre sozinho. E quer saber? Não tem coisa melhor, saber que é capaz de fazer tanto, sem a ajuda de ninguém. Ou ainda, ter que aprender a se virar, a controlar o dinheiro, a ir atrás da própria comida, arrumar o seu espaço por necessidade, estabelecer suas próprias regras.

Com certeza hoje eu já não sou mais a mesma guria que saiu de Porto Alegre chorando porque estava com muito medo do que viria pela frente.
Saí chorando de Munique também, mas dessa vez foi porque queria mais desafios pra enfrentar. Gostei muito da experiência, ficaria mais se pudesse.
Morar sozinho no exterior por uns dias é a melhor coisa que existe, só tenho isso a dizer.

2 comentários:

  1. Nossa, que legal Mariah!
    Vivi essa expectativa de morar fora por um ano, sonhava com o dia que eu iria embora, em me virar sozinho no exterior... enfim, morar sozinho, mesmo que fosse por apenas um ano!
    Infelizmente não consegui ir por causa de questoes com meu visto, mas vou continuar tentando carimbar meu passaporte antes que ele perca a validade! hahahahah

    Bom, acompanhei seu blog quando podia e pelo que vi, as experiencias que tu viveu foram unicas mesmo! Parabens pela coragem de querer passar 1 mes morando no exterior! Isso é algo que muitas pessoas querem fazer, mas poucas tem coragem de fazer! Admiro isso!

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  2. adoreeei esse teu post :D concordo muito com tudo o que tu disse!
    hein, e eu quero ver todas as fotos e vídeos lá da Alemanha (inclusive o da decolagem).
    Beijããão

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